Pontinhos Maiúsculos

Saturday, March 22, 2008

Já achei que fosse morrer inúmeras vezes. Fosse de raiva, amor ou tédio, fosse o que fosse, mas ia morrer.
Ou aos pouquinhos, naquele choro abafado do tipo 'tomara que ninguém me veja', que a gente morde o travesseiro, entope o nariz e limpa meleca na blusa.
Ou dramaticamente, com berros, lágrimas forçadas, relembrando coisas ridículas e passadas pra dar ênfase.
Ou calada. Assim, sem falar, sem explicar, sem nem sentir direito, só morrendo.
Eu acredito nas soluções. Acredito que você deve sair e enxer a cara, deve tomar banho frio, ouvir música alta, deve gritar com toda força, deve desabafar com o maior número de pessoas possíveis, deve abraçar qualquer um que ver pela frente, deve dar conselhos a si mesmo.. deve fazer todas essas bobagens inúteis que acabam sendo úteis ocupando seu tempo! Pra um dia, uma hora ou sei lá, quando você desligar o som ou o MSN, e colocar a cabeça no travesseiro pra dormir, você fexe os olhos e perceba que passou.

Saturday, September 01, 2007

Aposto que daqui a pouco minha felicidade vai entrar trêbada por aquela porta ali, sabe? E aí ela vai me propor um desafio besta e eu vou cumprir direitinho, obrigando ela a entrar no carro e me levar pro meu destino.

Destino.

Não acredito em destino. Mas, caso exista, preciso garantir que o meu seja dos bons. E o que faço com os obstáculos? Com os terríveis e implacáveis empecilhos que surgem no decorrer de minha serelepe história? Diriam os livros: 'vá, corra atrás de seus sonhos!', 'uhu! não há nada a perder!', 'você é forte! encare de frente!'. Então, isso me encorajaria. Eu me sentiria segura, lutaria por minhas convicções, morreria por elas. Gritaria, choraria e não desistiria até o último momento!
Chegaria, enfim, o último momento.
A esperança ia sumir. Mas não simplesmente SUMIR. Ia tipo que evaporando, aos pouquinhos, e assim que a última gota fizesse a triste e injusta troca de estado, viria, não tão calmamente, o peso da realidade. Como um 'BUM!' de história em quadrinhos (adoro quadrinhos). Nada mais.
Como dizem mesmo? Aaah, o tempo! Só o tempo! Né? Vem o tempo, passa o tempo, e tudo se esquece! O tempo carrega, apaga, leva! Pra onde? Pouco importa pra onde vai o tempo, ou se ele não vai, fica parado enquanto a gente tá indo. Ou talvez não importe o tempo e sim como se passa o tempo, o que se faz com ele, se aproveita ou não, se desperdiça, se segue, se ultrapassa, ou se simplesmente precisa do tempo. Eu preciso do tempo. O tempo vem, vai, e o que eu quero eu solto pra ir junto. Depois me arrependo, porque aí não aprendo.
E aposto de novo que daqui a pouco minha felicidade vai entrar por aquela porta ali. Mas dessa vez sóbria, eu acho.

Por uma Alice entediada, com uma dosagem de raiva e outra de conformação (a primeira mais forte).

Sunday, August 06, 2006

Filmes de terror

Uma criança que perdeu a mãe, ou o pai, ou a prima, ou a tia, ou a avó, ou a amiga do irmão do parente distante da colega de sala que era muito próxima começa a Ter visões depois do trauma.. começa a fazer estranhos desenhos, alguns agressivos, outros de famílias reunidas, desenhos que não costumava fazer antes. Passa a não falar quase nada, ou então passa a falar com amigos imaginários (que geralmente são chamados de Jack). Por trás disso está a morte de uma garota que sofreu muito há séculos atrás, ou o parente querido quer que o corpo dele seja encontrado, ou os pais da criança estão ficando loucos e tem dupla personalidade, ou alguém nessa história está possuído pelo ritmo Ragatanga. No fim, o mistério é desvendado, a criança fica feliz da vida e volta a falar, e.. pra dar um clima misterioso e um final instigador (ou para que o filme possa Ter continuação se fizer sucesso), a criança faz um desenho enigmático ou algum espírito aparece piscando o olho pra câmera.
Isso quando não se limita a jovens passando um final de semana numa ilha deserta com zumbis ou acampando numa mata perigosa com zumbis ou passeando numa casa mal assombrada com zumbis.
Moral da história: faça um filme de terror você também.